O falecido papa João Paulo 2º se tornará santo rapidamente, logo após ser beatificado no domingo, ainda que precise ser identificado um milagre atribuído a ele, explicou um ex-conselheiro. "O trabalho já está pronto para a canonização dele", disse o cardeal suíço Georges Cottier à agência de notícias religiosa I.Media, em entrevista publicada nesta terça-feira.
"Nós precisamos apenas de um milagre e de uma decisão do Papa (Bento 16)", disse Cottier, de 89 anos, que foi teólogo da casa papal de João Paulo 2º por 15 anos até a morte do pontífice polonês, em 2005. "Não estou surpreso com a velocidade do processo", disse, descrevendo João Paulo 2º como "um homem de Deus".
A partir de domingo, João Paulo II ficará conhecido como "beato", um título que exige a confirmação de um primeiro milagre, no caso dele, a recuperação de uma freira francesa do mal de Parkinson, que os médicos não conseguiram explicar.
A freira, Marie Simon-Pierre, disse que o falecido João Paulo 2º atendeu a suas preces.Segundo as regras estritas da Igreja Católica Romana sobre a canonização, o procedimento não é normalmente iniciado até cinco anos depois da morte do candidato a santo.
Mas o próprio João Paulo 2º conseguiu acelerar o processo para a religiosa albanesa madre Teresa, que foi beatificada em 2003, apenas seis anos depois de sua morte.
Seu próprio dossiê foi iniciado logo após a sua morte, em 2005, quando em seu funeral seus simpatizantes exibiam faixas com os dizeres "Santo Subito" (Santidade imediata).
Além disso, Cottier afirmou que alguns cardeais "assinaram uma carta pedindo ao futuro papa que começasse o processo de beatificação o mais rápido possível".
Fonte: Yahoo Noticias
mas há quem seja contra
“Como pode ser um santo se não protegeu as crianças inocentes?”, diz colunista do NYT sobre beatificação de João Paulo II
A colunista Maureen Dowd, do jornal norte-americano The New York Times, afirmou hoje ser contrária à beatificação do papa João Paulo II.
“Como pode ser um santo se não protegeu as crianças inocentes?”, questionou ela, em um texto publicado hoje pelo diário.
Dowd já se reuniu uma vez com João Paulo II, no Vaticano, e reconheceu o carisma e o papel dele na defesa da democracia.
Mas, segundo a colunista, “tanto era progressista sobre aqueles argumentos [democráticos], quanto era pesadamente retrógrado sobre os temas sociais”.
Para Dowd, o Pontífice, que ficou à frente da Igreja Católica entre 1978 e 2005, não tomou decisões para evitar possíveis crimes de pedofilia.
“Sem dúvida alguma, João Paulo II renunciou ao seu direito à beatificação quando não foi capaz de estabelecer um standard legal para afastar os pedófilos do sacerdócio”, disse a jornalista.
A colunista ainda afirmou temer que o Vaticano torne-se Wall Street, “onde as sociedades dão aos administradores paraquedas dourados para compensá-los pelo estresse causado pelos ataques. A diferença é que o Vaticano oferece auréolas douradas”.
A cerimônia de beatificação de João Paulo II está agendada para o próximo domingo, dia 1. Quem presidirá o ato será o papa Bento XVI.
A beatificação, que vai torna-lo beato, é a primeira fase para a canonização, quando é concedido o título de santo.
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